DF está na rota do tráfico de animais

Segunda-feira, 28/09/2009


Os pássaros estavam sendo levados do Mato Grosso para o Recife. As aves foram levadas para o Centro de Triagem de Animais Silvestres. Ao todo, 459 canários-da-terra estavam nas gaiolas.

As aves foram levadas para o Centro de Triagem de Animais Silvestres. Ao todo, 459 canários-da-terra estavam nas gaiolas. Cinquenta e oito não resistiram. “A maioria não estava voando, pois estava com o peito seco devido ao transporte e a má alimentação”, disse o coordenador do Centro de Triagem do Ibama Anderson do Valle.

As fotos fornecidas pelo Ibama mostram como os canários eram transportados: em uma caminhonete adaptada. As gaiolas eram encaixadas no banco, umas sobre as outras. Por cima, uma espuma escondia os animais.

Foram cinco meses de investigação até conseguir flagrar os traficantes na BR-020, perto de Formosa. As aves teriam saído do Mato Grosso, passado pelo Mato Grosso do Sul, Goiás, até chegar ao Distrito Federal. Depois, seguiriam pela Bahia até chegar ao Recife.

A suspeita é de que o destino final dos canários era a Europa. Um dos três homens que faziam o transporte das aves é português, com dupla nacionalidade, e todos já tinham passagem pela polícia por tráfico de animais. Mesmo assim, foram liberados.

A pena para o crime é de seis meses a um ano de prisão e multa, mas dificilmente dá cadeia. “Além desse animal, multiplique por quatro para saber quantos filhotes morreram na natureza. E ainda tem os danos ecológicos e financeiros”, explica Anderson do Valle.

De acordo com o Ibama, 45 mil animais silvestres são apreendidos por ano em cativeiro. Número que não deve mudar, de acordo com o coordenador de fiscalização do instituto, se a lei não for mais rigorosa.

“Quem tem um animal silvestre vai responder criminalmente e também administrativamente, além de pagar uma multa. Isso também acontece com o traficante. Porém, isso não está sendo eficaz para desestimular o tráfico de animais silvestres. A gente precisa desses dois lados: o da fiscalização ostensiva e o do apoio da alteração da lei. Para que essas pessoas respondam, de forma adequada, pelo crime que cometeram”, destaca o coordenador de operações do Ibama Roberto Cabral.

Serviço:

Para denunciar tráfico ou animais em cativeiro é só ligar na linha verde do Ibama: 0800 618080. A ligação é grátis e deve ser feita em horário comercial.


Fonte: GLOBO.COM