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 A Aranha Caranguejeira

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ImperatoR

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MensagemAssunto: A Aranha Caranguejeira   A Aranha Caranguejeira I_icon_minitimeTer 27 Out - 22:28

INTRODUÇÃO

As aranhas caranguejeiras vêm conquistando cada vez mais o seu lugar entre os animais de estimação. Para muitas pessoas esses animais causam muito pavor, principalmente pelo seu aspecto "monstruoso", que é caracterizado principalmente pelo grande porte, grande quantidade de pelos e pelo fato de algumas espécies alimentarem-se até de pequenos roedores. O hobby de criar caranguejeiras no Brasil ainda engatinha, já que a venda e a importação desses animais está proibida. Já nos Estados Unidos e Europa, a coisa já é diferente. Lá existem até clubes e federações especializadas nesses seres de oito patas como, por exemplo, a American Tarântula Society e a British Tarântula.
Em alguns países, o que nós chamamos de caranguejeira, é denominado "Tarântula", mas no Brasil esse termo é usado quando nos referimos às espécies de aranhas da família Mygalomorphae, mas mesmo assim algumas caranguejeiras têm o nome Tarântula em seu nome popular. Existem cerca de 280 espécies de caranguejeiras, terafosídeos, que compreendem as subfamílias dos avicularinídeos, iscnocolídeos, gramostolídeos e terafosídeos.
As mais encontradas na natureza, particularmente na Amazônia, são as Aviculárias sp. e as Theraphosas leiblondi. Elas existem em uma infinidade de ambientes: desertos, savanas, florestas, cerrados, bosques, etc. Algumas vivem em buracos no solo, outras são errantes e outras são adaptadas à vida nas árvores. As caranguejeiras são animais considerados de fácil manutenção e muito resistentes.
Mesmo que proibido no Brasil, muitas pessoas matem esses animais como animal de estimação, sendo que a maioria deles foi coletada ou contrabandeada, o que não ocorreria se a importação de animais nascidos em cativeiro fosse liberada. O veneno na maioria das espécies não causa danos sérios aos humanos, mas existem exceções, por isso procure se informar bem sobre os hábitos de seu animal antes de adquiri-lo.

CARACTERÍSTICAS GERAIS

“Filo – arthopoda (animais com extremidades articuladas)”.

O Filo Arthropoda (gr. arthris, articulação + podos, Pé) contém a maioria dos animais conhecidos, mais de 891.000 espécimes, sendo muitas delas extremamente abundantes em número de indivíduos. Inclui os caranguejos, camarões, cracas e outros crustáceos (classe Crustácea), os insetos (classe insecta), as aranhas, escorpiões, carrapatos e seus afins (classe Arachnida), as centopéias (classe Chilopoda), os piolhos-de-cobra (classe Diplópode)e outros menos conhecidos e formas fósseis. O corpo é segmentado externamente em graus diversos, e as extremidades pares são articuladas, sendo ambos diferenciados em formas e função para o desempenho de atividades especiais . Todas as superfícies externas são revestidas por um exoesqueleto orgânico contendo quitina. O sistema nervoso, olhos e outros órgãos sensitivos são proporcionalmente grandes e bem desenvolvidos, próprios para respostas rápidas aos estímulo. Este é o único dos grandes filos dos invertebrados com muitos membros adaptados à vida terrestre, independente de ambiente úmido; e os insetos são os únicos invertebrados capazes de voar.
Artrópodes ocorrem em altitudes acima de 6.000 metros em montanhas e crustáceos a profundidade de mais de 9.500 metros no mar. As diversas espécies são adaptadas para a vida no ar, na terra, no solo e em água doce, salobra e salgada. Outras espécies são parasitas de plantas e sobre ou dentro do corpo de outros animais. Outras são gregárias e vários tipos de insetos coloniais desenvolveram organizações sociais, com divisão de trabalho entre os membros de diferentes castas. Muitos artrópodes são economicamente importantes.
Os grandes caranguejos, lagostas e camarões são comidos pelo homem, crustáceos pequenos são o alimento básico de peixes, e insetos e aranhas são comidos por muitos vertebrados terrestres. Os insetos são os principais concorrentes o homem, comendo suas plantações, alimentos armazenados, víveres e objetos domésticos ou roupas. Alguns insetos e carrapatos prejudicam ou transmitem moléstias para o homem, seus animais domésticos e suas plantações. Os Arthropoda e Annelida são os únicos filos dos invertebrados com segmentação conspícua. Ambos mostram-na no corpo, músculos e sistema nervoso. Os artrópodes diferem dos anelídeos (1) pela ausência de cílios; (2) ausência geral de septos intersegmentares; (3) redução de celoma; (4) presença de um sistema sanguíneo lacunar; (5) concentração dos órgãos excretores e gônadas; (6) separação dos sexos; (7) presença de um exoesqueleto com quitina; (Cool extremidades articuladas e (9) olhos compostos.
Alguns crustáceos primitivos (Subclasse Brachiopoda) assemelham-se aos anelídeos na estrutura do coração do sistema nervoso crescem por adição de segmentos junto à parte terminal (telso) que contém o ânus. O peculiar peripatus (Subfilo Onychophora) vermiforme possui nefrídios segmentares lembrando os dos anelídeos e sua extremidade anterior mostra certa semelhança com um anelídeo poliqueto; seu corpo, porém não possui septos internos e o exoesqueleto é quitinoso. Alguns zoólogos dividem os Arthropoda em Brachiata (crustáceos, trilobitos) e Tracheata (insetos, aranhas, etc.).
Outros reconhecem de cinco a doze classes não havendo consenso sobre se os Onychophora e Tardigrada devam ser incluídos ou considerados como filos independentes. Neste livro são reconhecidos seis subfilos e nove classes. Os grupos são apresentados em uma seqüência baseada principalmente na conveniência, embora os trilobitos e crustáceos sejam provavelmente os mais antigos. Os trilobitos devem ter-se originado no Pré-Cambriano pois seus fósseis são abundantes e diversificados nas rochas cambrianas. Os dados fósseis e a morfologia das formas viventes são frequentemente discordante, sendo assim difícil construir uma árvore genealógica para os artrópodes.

CARACTERES GERAIS

1. Simetria bilateral; 3 folhetos germinativos; corpo geralmente segmentado e externamente articulado; cabeça, tórax e abdome diversamente distintos ou fundidos
(segmentos cefálicos sempre fundidos).
2. Um para de extremidades por segmento ou nenhum; cada uma com poucos a muitos artículos contendo feixes antagônicos de músculos; diversamente diferenciadas, algumas vezes reduzidas em número ou partes, raramente ausentes.
3. Um exoesqueleto endurecido contendo quitina (exceto nos tardígrados), secretado pela epiderme e mudado periòdicamente.
4. Músculos estriados, freqüentemente complexos, geralmente capazes de ação rápida.
5. Trato digestivo completo; peças bucais com mandíbulas laterais adaptadas para mastigação ou para sucção; ânus terminal.
6. Sistema circulatório aberto (lacunar); coração dorsal, distribuindo sangue através de artérias para os órgãos e tecidos, de onde ele volta por lacunas do corpo (hemocelo) ao coração; celoma reduzido.
7. Respiração por brânquias, traquéias (ductos de ar), pulmões foliáceos ou superfície do corpo.
8. Excreção por glândulas verdes ou por 2 a muitos túbulos de Malpighi ligados ao intestino (nefrídios segmentares somente em peripatus).
9. Sistema nervoso com gânglios dorsais pares dorsalmente à boca e conectivos para um par de cordões nervosos ventrais, com um gânglio em cada segmento ou gânglios concentrados; os órgãos sensitivos incluem antenas e pêlos sensitivos (táteis e quimiorreceptores), olhos simples e compostos, órgãos auditivos (insecta) e estatocistos (crustácea).
10. sexos geralmente separados, macho e fêmea freqüentemente diferentes; fecundação geralmente interna; ovos ricos em vitelo, com casca; ovíparos e ovovivíparos, clivagem geralmente superficial; usualmente com um ou vários estágios larvais e metamorfose gradual ou abrupta para a forma adulta; partenogênese em alguns crustáceos e insetos.

Cutícula e quitina.

Os artrópodes são revestidos por um exoesqueleto muito diferente da epiderme mole ou das conchas calcárias de outros filos de invertebrados. O revestimento do corpo é uma CUTÍCULA complexa acelular (com várias camadas); epiderme uniestratificada imediatamente subjacente. O componente da cutícula melhor conhecido é a quitina (¹), um polissacarídeo nitrogenado (C8H13O5N)x insolúvel na água, álcool, álcalis, ácidos diluídos ou pelos sucos digestivos de outros animais. Primeiramente pensou-se que a proporção de quitinha determinasse o grau de rigidez do exoesqueleto (assim, as partes duras eram consideradas "fortemente quitinizadas"), mas pesquisas anteriores mostraram haver mais proteína na cutícula mais externa dura e mais quitina (ate 60%), na cutícula interior mais mole.
A cutícula reveste todas as partes externas, o intestino anterior e posterior, as estruturas respiratórias e os ductos das glândulas superficiais. Sua textura varia de lisa e áspera, sendo freqüentemente esculturada com covinhas, elevações ou espinhos e perfurada para a saída de cerdas sensitivas e glândulas. Em tubos traqueais e nas brânquias a cutícula é microscòpicamente fina e permeável e nas articulações das extremidades ou entre partes do corpo é mole para facilitar os movimentos. Como revestimento geral do corpo ela é comumente flexível e algumas vezes elástica
(ninfas, larvas), mas e, outros casos é uma armadura espessa e rígida, endurecida (esclerosada) por substâncias químicas (CaCO³ em muitos crustáceos e piolhos-de-cobra). O exoesqueleto protege os órgão internos, fornece pontos de fixação para os músculos e forma alavancas e fulcros entre as partes móveis. Em artrópodes terrestres previne a perda de água e líquidos do corpo.
Tal armadura externa articulada mais rígida, necessàriamente limita o tamanho do animal assim, são necessárias mudas ou ecdises periódicas para permitir aumento de tamanho. A maioria dos artrópodes passa por quatro a sete mudas.

Reprodução

Os sexos nos aracnídeos são geralmente separados e a fecundação é interna. Nas aranhas, o macho produz uma bolsa de seda com espermatozóides e com o palpo coloca-a no orifício genital da fêmea. Alguns casos, o macho é comido pela fêmea após a cópula. Nas aranhas, o desenvolvimento é direto.
Uma vez atingida a maturidade sexual, o macho prepara-se para o acasalamento. Para isso, tem de transferir os espermatozóides dos órgãos onde se encontram (testículos e canal genital, situados no abdome) para os órgãos utilizados na cópula: as pinças copuladoras. Estas estão situadas nos tarsos dos membros anteriores modificados (os pedipalpos), que introduzirão os espermatozóides no aparelho genital da fêmea.
O macho tece uma pequena teia, denominada "teia espermática", e coloca-lhe em cima uma gota de líquido seminal, que é logo recolhida pelos pedipalpos, que têm a função de órgãos copuladores. Terminada esta operação ele deixa a teia e parte à procura de uma companheira.
Em geral, o macho identifica a fêmea graças a substâncias especiais, os feromônios, que esta vai deixando atrás de si enquanto se move. Uma vez encontrada a companheira, inicia-se a corte. Cada espécie de aranha possui um ritual diferente. A fêmea, a princípio, deixa-se ficar parada e responde, imitando o seu pretendente. Depois, consente no acasalamento. Na maioria das aranhas, os dois parceiros colocam-se frente a frente, de pé nas patas posteriores. O macho segura a fêmea com o auxílio das patas anteriores e tenta levantá-la, de modo a enfiar-lhe os pedipalpos sob o abdome. Muitas vezes, só depois de muitas tentativas, intercaladas de pausas, é que por fim consegue introduzir os seus bulbos copulatórios na abertura genital da fêmea. Terminado o acasalamento, recua com cautela e foge rapidamente, para não ser devorado pela companheira.
Esta guarda o líquido seminal em duas bolsas denominadas espermatecas, pois os ovos apenas serão fecundados no momento da postura, ou seja, algumas semanas ou alguns meses após o acasalamento. Antes de pôr os ovos, a fêmea prepara um receptáculo adequado: tece uma teia de seda onde deposita seus ovos que variam de 10 a 500, conforme a espécie, e às vezes até mais. Estes são amontoados e envolvidos em fios de seda, formando uma espécie de casulo, a ooteca, cuja execução demora várias horas. Algumas fêmeas transportam em seguida esse casulo, segurando-o com as quelíceras; outras o penduram num suporte; outras, ainda, ocultam-no e sobem em cima dele, ou mantêm-se por perto, com as patas esticadas para poder defendê-lo de ocasionais perigos.

Nascimento

Durante as semanas de incubação (ou três meses, no caso de algumas aranhas), o casulo é constantemente protegido pela fêmea, que parece controlar até o seu grau higrométrico, mudando o saco dos ovos de lugar quando sente o solo muito úmido.
Algumas espécies transportam o casulo para fora da toca e expõem-no regularmente ao sol, por certo para facilitar o desenvolvimento dos ovos e apressar a sua eclosão. As recém-nascidas saem do casulo completamente formadas: são aranhas em miniatura, com poucos miligramas de peso e comportamento gregário.
Só se alimentam de pequenas presas proporcionais ao seu tamanho e por vezes das suas próprias congêneres. As fêmeas das aranhas que não tecem teias carregam seus filhotes recém saídos do ovo no abdome. Dos que nascem apenas uns 10% sobrevivem.

Crescimento

O crescimento das aranhas até atingirem o estado adulto dá-se por meio de sucessivas mudas chamadas ecdises. O seu corpo é recoberto de uma cutícula mais ou menos espessa e rígida, o exoesqueleto feito de um material chamado de quitina, exceto no abdome e nas membranas articulares das patas. A cada etapa de crescimento, o animal perde a sua carapaça e produz outra.
Nas três semanas que precedem a muda, a aranha torna-se mais calma e os seus pêlos ficam descorados. Chegado o momento, ela tece uma espécie de alforje, que põe às costas, ficando imóvel durante várias horas, como se estivesse morta. Aos poucos, por intermédio de pulsações lentas, o cefalotórax e o abdome se abrem lateralmente. Então a aranha roda ligeiramente sobre o flanco. Com sucessivas sobressaltas um impulso atrás do outro, liberta-se da velha "pele", movimentando o dorso e deixando aparecer à nova carapaça e as novas patas. Depois disso, a aranha se queda de costas durante algum tempo, descansando da fadiga da muda. O novo tecido que a reveste é bastante frágil e o animal fica particularmente vulnerável, até o momento em que a sua nova pele endureça o suficiente para protegê-la e preservá-la.
Para que a muda se faça nas melhores condições, o ambiente deve estar úmido. Depois de uma muda, o interior da carapaça abandonada e a nova casca do animal ficam molhados. É necessário, então, que a aranha seque bem. Se não conseguir libertar-se totalmente do velho invólucro, o animal está condenado; mas no caso de apenas as extremidades de um par de patas ficarem presas à carapaça velha, a aranha pode sobreviver, praticando a chamada autotomia, vale dizer, cortando os próprios membros bloqueados, os quais crescem novamente em uma nova ecdise.
O número de mudas varia de espécie para espécie, independentemente das dimensões do animal. Com o tempo, os intervalos entre as mudas passam de algumas semanas para um ou dois anos, no caso das fêmeas adultas. Nos machos, a última muda é a adulta, momento em que aparecem os seus órgãos copuladores funcionais. As fêmeas, por sua vez, têm mudas que as obrigam a trocar de "pele" durante toda a vida. A longevidade da vida das aranhas varia de espécie para espécie e de acordo com as condições ambientais. Algumas são anuais e outras podem viver mais de vinte anos.

Teia

A teia das aranhas é feita de uma seda similar à que é produzida pelo bicho-da-seda, embora estes animais nem sejam parentes. Mas todas as espécies de aranhas, mesmo as que não constroem teias, são capazes de secretar diferentes tipos de seda através de até sete tipos de glândulas localizadas no abdome. Sendo uma proteína em forma líquida, a seda solidifica-se ao sair dos apêndices chamados de fiandeiras, cuja função é exatamente produzir os fios. A aranha fia, puxa, estica, e posiciona a seda através de suas pernas. A seda tem uma grande variedade de usos. Serve, por exemplo, para construir ninhos, para enrolar a presa ou para encapsular os ovos.
A caranguejeira-buraqueira é uma das que forram o buraco com seda para deixá-lo mais liso. Há outras espécies que moram em tocas e irradiam fios de seda a partir de sua entrada, montando eficientes armadilhas. Insetos que se enredam nos fios transmitem vibrações ao tentar se safar, e assim avisam as aranhas de que tem alimento na teia.
A aranha de berçário é um bom exemplo da utilização da seda como defesa. Pouco antes dos ovos eclodirem, ela tece uma teia larga em forma de tenda, misturando os fios com fragmentos de plantas. A aranha fica de guarda do lado de fora, mesmo depois dos filhotes nascerem. Fazendo isso, ela garante uma maior segurança para suas crias. Outra utilização interessante da seda é da aranha de água que vive submersa neste líquido. Seu corpo é coberto por pêlos hidrófobos que retêm bolhas de ar viabilizando, assim, sua respiração dentro da água. A aranha nada e anda por entre as plantas aquáticas do lago, é nesse lugar que ela faz ao seu ninho em forma de sino. Os fios de seda são tecidos tão próximos entre si que a teia fica impermeável e armazena o ar recolhido na superfície pela aranha. No inverno esta aranha espera a chegada da primavera dentro desse ninho.
Também é comum o uso do fio de seda como uma forma muito especial de pára-quedas. Suspensas por um fio com as extremidades irradiadas, formando uma plataforma, pequenas aranhas adultas ou recém-nascidas de algumas espécies deslocam-se levadas pelas correntes de ar. Algumas dessas aeronautas já foram encontradas até em alto-mar, a quilômetros da costa. Para as aranhas que caçam no alto das árvores, não existe nada mais perigoso do que cair no chão depois de um salto mal calculado. As espécies que vivem em árvores, como a aranha-lince verde, adaptaram-se a essa circunstância. Ela mantém a ponta do abdome encostada nas folhas e nos galhos enquanto anda. Cada vez que dá um passo, ela gruda a ponta de um fio de seda nessas superfícies. Durante um salto, um fio vai sendo produzido. Caso a aranha erre o alvo e comece a cair, o fio pára de ser tecido e ela fica balançando no ar. Em vez de precisar subir de volta desde o chão, ela apenas sobe alguns centímetros.
A espessura dos fios varia muito, mas pode ser mais fina que um micrômetro, a milionésima parte do metro. Ainda assim, é cerca de oitenta vezes mais forte que um fio de aço da mesma espessura, e flexível a ponto de ceder 20% do seu comprimento antes de romper-se. Material de grande durabilidade, a seda não é atingida por fungos ou bactérias, o que já se verificou até nas teias mais empoeiradas. Nunca foi provada, no entanto, quaisquer propriedades anti-sépticas, contrariando os costumes populares, comuns nas zonas rurais, de se usar teia em curativos.
Há teias feitas com o objetivo de durar a vida toda de sua construtora e que só se destroem por algum acidente. Outras aranhas renovam as suas teias periodicamente. Quando a teia se rompe ou quando está ressecada, a aranha pode devorar os restos de sua seda, para reciclá-la. Os fios das teias são, na verdade, um composto de fios de seda, que podem, inclusive, ser produzidos por glândulas diferentes. É o que acontece nas teias circulares, por exemplo. Os fios estruturais, usados para construir o arcabouço da teia, são secos e resistentes, enquanto os que formam os círculos são cobertos por uma secreção pegajosa, destinada a prender as vítimas.

Defesa

As aranhas levam habitualmente uma vida sedentária, em particular as fêmeas, que só muito raramente se afastam da entrada da sua toca ou teia. Às vezes, vivem no mesmo refúgio durante anos. Os machos, por sua vez, são decididamente muito mais ativos e gostam de explorar as redondezas, afastando-se da toca algumas dezenas de metros, ou até mais do que isso, quando, na época da reprodução, saem à procura de fêmeas a fim de acasalar.
Quando se deslocam, a maior parte das aranhas deixam traços da sua passagem: é que das fiandeiras escorre certo líquido que se solidifica em contato com o ar, transformando-se num fio com a consistência da seda. Durante o dia, esses aracnídeos mantêm-se isolados em esconderijos que algumas espécies constroem de forma elaborada. Algumas espécies confeccionam teias, outras se refugiam em buracos entre pedras ou em árvores ocas. Outras ainda escondem-se em tocas, fechadas ou abertas, que elas próprias escavam, e que podem consistir numa espécie de tubo simples na vertical.
As tocas, sobretudo as mais fundas, são também ótimos abrigos quando o clima não é propício, uma vez que a temperatura e o grau de umidade no seu interior mantêm-se quase constantes, garantindo assim a sobrevivência da aranha. Muitas vezes, as aranhas mantêm-se no fundo das tocas e algumas espécies chegam até a fechar a sua entrada nos dias quentes, para minimizar sua desidratação.
Nesse refúgio seguro, esperam a chegada do crepúsculo ou da noite para caçar. Na toca, a aranha está bem protegida dos eventuais predadores e, ao mínimo alarme, sabe como impedir uma invasão indesejada: se a entrada tem opérculo, baixa-o e fecha o seu acesso. Se não tem, adota uma atitude agressiva, com as patas anteriores levantadas.
Quando é atacada, a aranha dispõe de "armas" especiais para se defender. Por exemplo, algumas espécies de tarântulas da América do Sul possuem na parte dorsal do abdome, milhares de cerdas farpadas, denominadas "pêlos urticantes". Cada um desses pêlos é dotado de farpas cuja posição, forma, tamanho e densidade variam consoante a espécie. Quando agredida, a tarântula pode destacar parte desses pêlos urticantes com uma simples fricção das patas posteriores e, em seguida, lançá-los contra o predador. O contato desses pêlos com a pele humana pode provocar ardor e/ou coceira. Se este conseguir agarrar-lhe uma pata, a tarântula, como qualquer outra aranha, pode simplesmente desfazer-se dela pela autotomia. A ruptura do membro dá-se na altura da primeira articulação junto ao corpo. Graças a esta aptidão, esses animais conseguem pôr-se a salvo, sem, no entanto, sofrerem conseqüências irremediáveis por essa ação mutiladora voluntária. É que a pata perdida acaba por se reconstituir completamente, na ecdise seguinte ou após algumas ecdises.

Manuseio

Existem aranhas mais e outras menos indicadas à manipulação, dependendo do grau de agressividade, diferente conforme a espécie e os indivíduos. O manuseio é uma possibilidade, às vezes uma necessidade, mas NUNCA uma prioridade. Manipular uma aranha considerada de alta periculosidade pode ser interessante, mas deve-se evitar visto que pode causar acidentes, além de estressar a aranha, que em alguns casos deixa de se alimentar por alguns dias.
Algumas tarântulas como, por exemplo, a Grammostola Spathulata costumam ser muito dóceis, ao contrário de outras como a Ephobopus murinus, nativas do nordeste brasileiro são extremamente agressivas, sendo totalmente desaconselháveis o manuseio.
Outras tarântulas, por exemplo, possuem outro mecanismo de defesa: quando se sentem ameaçadas lançam sobre o inimigo uma “nuvem” de pelos urticantes e caso isso aconteça deve-se lavar bem as mãos com água e sabonete. Para manusear uma tarântula o mais pratico é colocar a mão estendida sem movimentos bruscos na sua frente e tocar levemente a aranha por trás até ela subir na sua outra mão, ou então colocar um recipiente na sua frente e com a própria tampa do recipiente ir tocando atrás da aranha até ela caminhar para dentro do recipiente. Outro modo de manuseá-la é segurar o animal com os dedos no tórax, entre o segundo par de patas, sem apertá-lo muito contra o chão, mas o segurando firme e levantá-la, assim que você a ergue, ela para de se debater e fica imóvel.

Manuseios:

- Para a caranguejeira caminhar sobre a mão: Ponha a mão aberta, dentro do terrário, na frente da caranguejeira. Com a outra, toque levemente à parte de trás dela, fazendo com que suba na palma da mão estendida. Ela caminhará calmamente. Faça-o com a mão próxima ao solo, para que a aranha não caia.
- Para examinar: Com o indicador, segure firme acima do cefalotórax, que é parte anterior do corpo. Pressione em direção ao chão, sem apertar demais. Segure-a pelas laterais com os dedos médios e o polegar entre o segundo e o terceiro par de pernas. Depois de erguida, ela pára de se debater.
- Para quem não quer tocar na Caranguejeira: Coloque um copo ou vasilha plástica na frente na frente da Caranguejeira. Toque-a por trás com um objeto e ela entrará no recipiente. Tampe o recipiente.

OBS: Qualquer tipo de manuseio só deve ser utilizado em casos específicos e não por divertimento, ou para aparecer para os amigos.

Morfologia e Biologia

Aranhas dos mais variados tamanhos e formas vivem no mundo inteiro. Todas têm em comum duas características: oito pernas e o corpo dividido em duas partes, o cefalotórax e o abdome. À exceção do abdome, todo o corpo da aranha está coberto por uma cutícula dura de proteção, que constitui uma espécie de esqueleto externo feito de quitina (polissacarídeo nitrogenado) - o exoesqueleto -, relativamente impermeável.

Escudo Cefalotorácico (cefalotórax ou prossoma)

Placa dorsal rígida com uma cavidade transversal que corresponde a ponto de união (apófise interna) dois músculos ligados ao estômago. O cefalotórax é coberto por uma placa protetora chamada carapaça. Nas caranguejeiras, muitas vezes se observam quatro pares de manchas sem pêlos, as sigilas.

Abdome (opistossoma)

Seu formato é arredondado com extremidade afunilada. É extensível e dilata-se consoante a quantidade de alimento ingerido. No caso das fêmeas, isso ocorre quando elas estão para pôr os seus ovos. Ele é menor no macho. É o local onde se localizam a maior parte dos órgãos.

Pedículo

Une o cefalotórax (cabeça fundida ao tórax) ao abdome. Este permite mover o abdome em todas as posições (muito útil quando a aranha está tecendo sua teia).

Patas

Os quatro pares de patas locomotoras, inseridas entre o escudo cefalotorácico e o esterno, asseguram a locomoção. Cada pata é formada por sete partes: anca, tronco, fêmur, rótula, tíbia, metatarso e tarso. O último par de patas está provido de uma escova de pêlos especiais, os escopelos, que permitem ao animal deslocar-se sobre superfícies lisas. A extremidade dos tarsos é dotada de duas ou três garras. Em muitas Caranguejeiras existem aparelhos estridulantes, ou seja, capazes de emitir sons ásperos e agudos, situados na face anterior das coxas ou dos trocânteres do primeiro par de pernas, assim como na face posterior das mesmas articulações dos palpos. Em alguns tipos de aranhas que constroem teias, na face superior dos metatarsos há uma ou duas filas de cerdas chamadas calamistro, que funcionam como um pente para a colocação de certos fios, que se entrelaçam como "fios de crochê".

Palpos / Pedipalpos

Tal como as patas, os dois palpos são articulados, mas falta a eles o metatarso. Os machos adultos distinguem-se pela presença do órgão copulador. Sua finalidade é manipular o alimento e tatear os arredores.

Quelíceras

Estes apêndices são formados por dois segmentos, um na base e outro à frente, com um gancho que é uma espécie de aguilhão oco com o canal de veneno. Servem para agarrar as presas e, nas fêmeas, também para transportar o casulo. De acordo com a posição das quelíceras distinguem-se dois grandes grupos: as Labidognathas e as Orthognathas.

Boca

Situada na parte anterior do cefalotórax, está rodeada por várias lamelas mastigadoras providas de cerdas que funcionam como escovas para limparem esses apêndices após as refeições.

Olhos

A maioria das aranhas tem oito olhos simples. Os olhos da frente, geralmente maiores, são usados para caçar.

Fiandeiras

Os três pares de fiandeiras estão localizados na extremidade do abdome onde se encontram as glândulas fiandeiras. Essas glândulas produzem uma substância pegajosa com a qual a aranha tece suas teias.

Cerdas

As cerdas que cobrem o corpo da aranha facilitam a identificação de presas e do parceiro, compensando a deficiente capacidade visual (de algumas). Há outras cerdas que funcionam reconhecendo os sinais químicos deixados pelas suas congêneres. Na base de cada pêlo, há uma célula nervosa que detecta qualquer movimento. É tão sensível que pode detectas vibrações sonoras constituindo também o meio auditivo da aranha.

Pêlos Urticantes

O abdome peludo de algumas aranhas apresenta no dorso uma zona de pêlos urticantes que fica pelada quando a aranha os lança contra os seus agressores.

Sistema Respiratório

Muitas aranhas respiram através de pulmões foliáceos, filotraquéias ou falsos pulmões: uma câmara constituída por lamelas por onde circula a hemolinfa. O pigmento respiratório, geralmente hemocianina, é rico em cobre. É por essa razão que ele comunica a hemolinfa uma coloração azulada. O ar entra no pulmão através de minúsculas fendas localizadas no abdome. Lá o oxigênio é absorvido pelo sangue. As aranhas mais ativas apresentam, além dos pulmões, um sistema de espiráculos e traquéias, como os insetos. Há também aranhas de pequeno porte que respiram exclusivamente por traquéias.

Sistema Circulatório

O sistema circulatório conta com um coração na região dorsal do abdome, que bombeia sangue para a aorta anterior ou, dependendo do tipo de artrópode, anterior e posterior. No resto do corpo o sangue circula por um sistema de lacunas, chamadas sinus ou bemoceles, que banham os órgãos. Esse tipo de sistema circulatório – encontrado em todos os artrópodes – não conta com a presença de capilares e é chamado aparelho circulatório aberto ou lacunar. O sangue é conhecido como Hemolinfa. A última lacuna do circuito é uma cavidade em volta do coração: trata-se do sinus pericártico. Dessa lacuna o sangue volta ao coração por orifícios: os óstios. Durante a contração do coração, os fecham, permitindo que o sangue siga apenas pela aorta.

Sistema Excretor

Os excretos são absorvidos pelos tubos Malpighi e lançados no intestino abertos do tubo, saindo do corpo junto com as fezes. A principal substância nitrogenada excretada é o ácido úrico, uma substância insolúvel e pastosa que diminui a perda de água do animal - uma adaptação à vida terrestre. Nos aracnídeos, a excreção também é feita por glândulas da coxa, que se abrem na base das patas.

Sistema Nervoso

É muito condensado, é constituído por duas massas de gânglios. Uma equiparável ao cérebro, está ligada aos olhos e as quelíceras; da outra, partem os nervos diretamente para os palpos, as patas e o abdome. As aranhas apresentam uma glândula cefálica que comanda por sua vez, uma glândula torácica. Essas glândulas produzem hormônios que controlam as mudas e a metamorfose.

Sistema Sensorial

A visão é desempenhada por olhos simples. Os órgãos táteis e olfativos são representados por pêlos espalhados por todo o corpo.

Digestão

Os aracnídeos possuem um tubo digestivo adaptado para sugar. Nas aranhas e escorpiões, a digestão é extra corpórea. A aranha injeta primeiro o veneno em sua presa e depois secreta enzimas para a digestão. Em seguida, suga os produtos líquidos da digestão, acionando para isso sua faringe musculosa.

Digestão Externa


Quando se alimentam, as aranhas engolem apenas a parte interna das presas, desprezando o exoesqueleto, pois só consegue ingerir líquido. Ocorre antes uma pré-digestão externa. Esta "digestão externa" começa com a aranha impregnando a presa com uma solução intestinal regurgitada, que liquefaz os tecidos enquanto as enzimas do seu veneno agem. Em seguida, após ter aberto a presa com as quelíceras e misturado tudo com as lamelas mastigadoras que tem em redor da boca, a aranha "suga" o alimento liquefeito por meio de bombas aspirantes localizadas na parte anterior do intestino.

História Natural

As aranhas são de vida livre, solitárias e predadoras, alimentando-se principalmente de insetos. aranhas caçadoras esperam pelo alimento ou perambulam à procura dele, subjulgando-o (Lycosa) ou saltando sobre ele (Salticus). Outras aranhas aprisionam
suas presas em teias. Pequenas presas são agarradas, mortas por uma picada rápida do acúleo que contém o veneno e "comida" - realmente, enquanto está sendo segurada, ela é parcialmente digerida por enzimas despejadas pelo intestino. Peças maiores de
alimento podem primeiro ser circundadas por uma cobertura de seda ou presas na teia e então mortas. O veneno mata invertebrados rapidamente e o de algumas aranhas grandes (Eurypelma) vence pequenos vertebrados. quando alimento é disponível, aranhas comem freqüentemente, mas em cativeiro algumas podem jejuar durante muitas semanas. Na maioria das espécimes, os indivíduos vivem somente cerca de um ano, mas algumas "Tarântulas" grandes têm vivido no cativeiro durante 20 anos. os inimigos das aranhas são principalmente pássaros, lagartos e certas vespas; alguns icneumonídeos (Himenóptera) põem os ovos em ovissacos de aranhas onde as larvas eclodem ràpidamente e consomem muitos ovos das aranhas.
A seda das aranhas é uma secreção protéica de glândulas abdominais especiais que sai pelos muitos tubos microscópicos das fiandeiras e solidifica-se em um fio em contato com o ar; serve para muitas finalidades. aranhas terrestres caçadoras deixam um "arrasto" à medida que caminham. aranhazinhas são dispersadas subindo a certa altura e tecendo um longo fio no qual são carregadas pelo vento; árvores algumas vezes tornam-se cobertas por tais fios flutuantes e grande número de jovens aranhas "aerostática”
é ocasionalmente visto por navios no mar. As teias mais são pouco mais do que muitos fios irradiando de um retiro da aranha (Segistra). algumas (Amaurobius) adicionam uma camada de seda fina produzida por uma placa (cribelo) anterior às fiandeiras e outras
formam uma camada em forma de rede de dormir apoiada em uma moldura definida (Tegenaria). algumas teias são redes irregulares de fios (Latrodectus). Argiope, Epeira, Miranda, esboçam um arcabouço chato retangular dentro do qual fios radias são espaçados ordenadamente; e então uma espiral de seda, contendo gotículas pegajosas, é fixada para a captura da presa. As teias são separadas ou renovadas em intervalos freqüentes. Armadilhas, esconderijos, ninhos para hibernação ou acasalamento e casulo para ovos são fiados com tipos variados de seda pelas diferentes espécies. Fios de seda de aranha são usados nos retículos de telescópios.

Agradecimentos aos companheiros Muh e Black Wolf, responsáveis pelos artigos originais que foram aqui fundidos. Junção dos artigos e acréscimos “Big Dog”
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A Aranha Caranguejeira
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